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LIBÍA


Crise na Líbia faz preço do petróleo bater novo recorde


O preço do barril de petróleo atingiu um novo recorde nesta segunda-feira (7), em meio a temores de que a crise na Líbia se transforme em uma guerra civil e se espalhe para outros países produtores na região.
Nos Estados Unidos, o preço do barril do petróleo do tipo leve aumentou US$ 1,95, chegando a US$ 106,75 do barril - o maior valor dos últimos dois anos e meio.
Já o petróleo tipo Brent, negociado em Londres, teve uma alta de US$ 1,92 e atingiu US$ 117,89 o barril, próximo ao recorde de US$ 119,79.
A recente alta no preço do petróleo se deu após notícias de que a cidade de Ras Lanuf, um importante polo petroleiro líbio, havia se convertido em um palco de batalha entre opositores e forças leais ao líder Muammar Kadhafi, inclusive com ataques aéreos das forças do governo.
Bombardeio
Líderes da oposição afirmaram nesta segunda-feira temer que Kadhafi bombardeie em breve as instalações petrolíferas, como estratégia para retomar o controle do leste do país.
Os Estados Unidos indicaram que estão considerando utilizar suas reservas de petróleo para controlar o aumento do valor do barril.
No entanto, até mesmo essa medida não conseguiu acalmar o mercado.
'Há muita preocupação com o que estamos vendo na Líbia. O mercado está sendo conduzido pelo medo', afirmou Jonathan Barratt, analista da corretora Commodity Broking Services.
'Cada vez que o preço sobe um pouco, as pessoas são forçadas a negociar. E enquanto houver esse movimento, o preço vai continuar a subir.'
Segundo Barratt, o preço do petróleo leve pode chegar a US$ 120 o barril mesmo se não houver problemas de fornecimento.

Você está em Economia Crise na Líbia representa séria ameaça à segurança alimentar, diz FAO

Gabriela Mello, da Agência Estado
LONDRES - A atual violência na Líbia representa uma séria ameaça à segurança alimentar no mundo árabe por conta de sua dependência das importações de cereais, informou nesta sexta-feira a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
"A crise atual provavelmente terá impacto significativo na segurança alimentar da Líbia e de áreas próximas", afirmou Daniele Donati, diretor do serviço de operações emergenciais da FAO. "Na Líbia, a situação pode levar à interrupção das importações e ao colapso do sistema interno de distribuição. A redução dos estoques de alimentos e a perda da mão-de-obra rural são fatores que podem afetar seriamente a segurança alimentar no longo prazo", disse Donati.
Mais de 200 mil trabalhadores, em sua maioria, fugiram para países fronteiriços, incluindo Tunísia e Egito, na tentativa de escapar da violência na Líbia. Agências humanitárias estimam que até seis mil pessoas podem ter morrido desde meados de fevereiro após confrontos sangrentos entre grupos rebeldes e forças leais ao coronel Muammar Gaddafi.
A crise da Líbia é a mais recente de uma onda de tumultos populares no mundo árabe. O Programa Alimentar Mundial (WFP, na sigla em inglês), também da ONU, prevê que 2,7 milhões de pessoas podem precisar de ajuda alimentar, como resultado da turbulência política na região, e pediu US$ 43,2 milhões para financiar uma ação emergencial.
A FAO teme que interrupções no comércio e o deslocamento da população possam prejudicar a produção doméstica, que está centrada em torno do porto de Benghazi, no leste da Líbia, o mais afetado pela crise.
"Novas altas de preço no mercado internacional teriam um impacto devastador na capacidade das pessoas vulneráveis de cobrir suas necessidades básicas", segundo a organização. A taxa de inflação subiu 10,4% na Líbia durante a crise de alimentos de 2008. As informações são da Dow Jones.

EUA e aliados preparam 'resposta' para crise na Líbia

Obama teria discutido a coordenação dos "esforços urgentes para responder aos desenvolvimentos e assegurar que haverá uma responsabilização apropriada" pelo que está acontecendo no país do norte da África, diz a nota. O líder americano conversou com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e os premiês italiano, Silvio Berlusconi, e britânico, David Cameron.
 
A série de telefonemas já havia sido anunciada anteriormente. Os governos novamente mostraram-se preocupados com a situação na Líbia, onde a população está nas ruas há 11 dias pedindo o fim do regime do coronel Muamar Kadafi, que já dura 41 anos. Nos últimos dias, houve uma escalada de violências nas marchas, com ataques aéreos e de mercenários por parte do governo contra os manifestantes. Há fontes que colocam o número de mortos na casa dos 2 mil.
Segundo a Casa Branca, os "líderes discutiram a gama de opções que tanto os EUA e os países europeus estão preparando para responsabilizar o governo líbio por suas ações, assim como planos de ajuda humanitária". Fontes do governo americano disseram que essas possibilidades incluem sanções e a imposição de uma zona de restrição aérea sobre algumas áreas.
Kadafi, considerado um ditador, responsabilizou a organização terrorista Al-Qaeda pelos protestos no país e se nega a dialogar com os manifestantes. O coronel tem apelado para métodos de repressão que violam as leis internacionais e os direitos humanos, segundo ONGs e governos estrangeiros.
Seus opositores, porém, mantêm-se nas ruas apesar da brutalidade que foi relatada nas ruas, com bombardeios e mercenários disparando indiscriminadamente. As principais cidades da região leste do país estão sob controle dos manifestantes, e até mesmo municípios próximos da capital Trípoli podem cair nas mãos da oposição.
Há facções do Exército que já não apoiam mais o ditador, que também perdeu o respaldo de ministros, chanceleres e diplomatas que renunciaram aos seus cargos ou desertaram por discordar das ações tomadas pelo governo contra a população.
O Conselho de Segurança da ONU deve se reunir para discutir a crise na Líbia uma segunda vez na sexta. No primeiro encontro, realizado na terça-feira, o órgão condenou as autoridades líbias pelo uso da força contra manifestantes desarmados e exigiu que os responsáveis por tais ataques fossem condenados.


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Kadhafi faz pronunciamento e culpa Bin Laden pela crise na Líbia!


Ele disse que o terrorista quer matar as crianças e recrutar os jovens para a Al-Qaeda. Kadhafi também se comparou à rainha Elizabeth II da Inglaterra e disse que sua autoridade é apenas moral.
 Surpreender o mundo com discursos malucos sempre esteve na agenda de Muammar Kadhafi.
Em 2009, pisou pela primeira vez na Onu. Disse que o conselho de segurança era um conselho de terroristas e falou que a gripe suína era uma arma de destruição feita em laboratório.
Na terça-feira, ele fez um discurso no seu antigo palácio em ruínas, transformado em museu. O local foi bombardeado nos anos 80 pelos Estados Unidos e hoje abriga a estátua de uma mão esmagando um avião militar norte-americano.
O ditador disse que até então não havia usado a forca para reprimir os protestos e quando isso acontecer, tudo vai queimar, disse ele.
Hoje Kadhafi ligou para a TV estatal do país e culpou Bin Laden pela crise na Líbia. "Tudo o que eles querem é matar nossas crianças. Está claro que nossos filhos estão sendo recrutados pela Al Qaeda, por Bin Laden".
Ele acusou o terrorista de manipular os jovens. “Deram a eles pílulas à noite, colocaram pílulas alucinógenas nas bebidas, no leite e no café".
Uma vez, o ex presidente americano Ronald Reagan descreveu Muamaar Kadhafi como "o cachorro louco do Oriente Médio"... Ao que se vê, pelos últimos acontecimentos, ele realmente está fazendo juz ao apelido que ganhou no passado.
O ditador leva uma vida extravagante. Gosta de ficar em tendas luxuosas, sempre acompanhado de enfermeiras ucranianas.
E sua segurança é feita por mulheres. Kadhafi não revela o dia e o mês que nasceu e esta há 42s anos no poder.
Tanto tempo que hoje até se comparou à rainha Elizabeth II da Inglaterra. "Elizabeth comanda o país há 57 anos e ninguém é contra. Ela tem poder, mas não exerce. Eu também só tenho autoridade moral".
Mas se depender do povo da Líbia, os anos de poder de Kadhafi estão com os dias contados.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Conselho de Segurança da ONU pede fim imediato da violência na Líbia


NOVA YORK, EUA — O Conselho de Segurança da ONU expressou "grande preocupação" nesta terça-feira com o desenrolar dos acontecimentos na Líbia, e divulgou uma declaração pedindo o "fim imediato da violência".
O Conselho de Segurança, com 15 membros, condenou a violência e o uso da força contra civis, lamentou a repressão contra manifestantes pacíficos e expressou um "profundo pesar pelas mortes de centenas de civis".
O Conselho também "ressaltou a necessidade de responsabilizar os culpados pelos ataques, incluindo os realizados por forças sob seu controle, contra civis", informou o comunicado divulgado após três horas de consultas e negociações.
"Eles pediram um fim imediato da violência e ações que respondam às preocupações legítimas da população".
O Conselho disse que o governo líbio deve "proteger sua população", permitir o acesso de monitores internacionais de direitos humanos e de agências humanitárias e garantir a segurança de estrangeiros, assim como ajudar aqueles que queiram partir.
Diplomatas líbios que romperam com o líder Muamar Kadhafi haviam solicitado a reunião, e pediram uma zona de proibição de voo sobre o país imposta pela ONU, assim como ação humanitária. Mas diplomatas afirmaram que estes planos não foram discutidos.
Ibrahim Dabbashi, o embaixador adjunto da Líbia na ONU, afirmou à imprensa que o comunicado do Conselho "não era forte o suficiente" e que, desde o discurso desafiador de Kadhafi, começaram ataques contra civis no oeste da Líbia.
Ele citou Gharyan, Zuwarah e outras cidades que, segundo ele, estavam sob o ataque de forças de segurança leais a Kadhafi. Dabbashi não divulgou a fonte de sua informação ou que tipos de ataques estavam ocorrendo. "Eles estão atacando todas as pessoas em cidades do oeste da Líbia", disse.
"Certamente as pessoas não têm armas. Neste momento eu penso que o genocídio começou na Líbia", acrescentou, antes de ser escoltado para fora por seguranças da ONU.
Kadhafi ordenou mais cedo às forças de segurança que esmaguem a revolta, que já dura uma semana e que pede sua saída do poder após 41 anos, alertando que manifestantes armados serão mortos e prometendo lutar até o fim.
O coronel Kadhafi prometeu permanecer na Líbia como líder, dizendo que morrerá como um mártir na terra de seus ancestrais e que lutará até a "última gota" de seu sangue.

Manifestações na Líbia: 300 mortos, entre eles 111 militares


TRÍPOLI — Os atos de violência na Líbia já deixaram 300 mortos, incluindo 111 militares, segundo os primeiros dados oficiais apresentados na noite desta terça-feira em uma coletiva de imprensa por um porta-voz do ministério do Interior.
Cerca de metade das mortes (104 civis e 10 militares) ocorreram na segunda maior cidade do país, Benghazi, situada 1.000 km a leste de Trípoli e foco da insurreição, em Al Baida (18 civis e 63 militares) e em Derna (29 civis e 36 militares).
Estes são os primeiros dados oficiais relativos às vítimas da rebelião popular iniciada há uma semana.
"A calma foi restabelecida na maioria das grandes cidades e as forças de segurança e do exército recuperaram suas posições", disse Mohammed Zwei, presidente do Congresso Geral do Povo (Parlamento), na mesma coletiva de imprensa.
Zwei confirmou ainda a criação de uma comissão para investigar a violência envolvendo as manifestações contra o regime do coronel Muamar Kadhafi a partir de 15 de fevereiro, como informou na véspera Seif al Islam, filho do líder líbio.
Mas segundo Zwei, "as atuais condições não permitem a realização de uma sessão do Parlamento para discutir as reformas" anunciadas por Seif al Islam e envolvendo o código da imprensa, o código penal, a organização da sociedade civil e a Constituição.
Na mesma coletiva, Jebril El Kadiki, número dois do Estado-Maior das Forças Armadas, anunciou que depósitos de armas e munições foram bombardeados nas proximidades das cidades de Rajma, Ajdabia, Al Gueriet, Zenten e Mezda.
El Kadiki garantiu que tais depósitos estavam em "zonas desertas, onde não havia casas".
O ataque aos depósitos foi comunicado na véspera por Seif al Islam, ao desmentir o bombardeio contra as cidades de Trípoli e Benghazi.
A entrevista ocorre horas após Kadhafi jurar, em um discurso transmitido pela televisão, que irá restabelecer a ordem, mesmo que isto exija uma repressão sangrenta.
Segundo testemunhas contactadas pela AFP, a violência concentrada primeiro em Benghazi alcançou a capital no domingo à noite, enquanto em Benghazi a paz voltou a reinar na segunda-feira.
De acordo com a organização Human Rights Watch (HRW), que citava nesta terça-feira à tarde dois hospitais da capital, a repressão deixou "pelo menos 62" mortos em Trípoli desde domingo.
O ministro do Interior, Abdel Fatah Yunes, anunciou sua demissão na noite desta terça-feira e sua adesão "à revolução", segundo imagens divulgadas pela rede de televisão Al Jazeera, mas o porta-voz do Ministério não citou esta questão.